Zerando o Game: o desafio diário do adolescente cristãoExemplo

RESET — Quando o ego precisa morrer

Viver pela fé é um desafio constante. Em uma geração que prega independência e autopreservação, o chamado de Deus continua sendo o mesmo: negar a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Cristo. Isso exige um reset — uma redefinição completa da forma como pensamos, reagimos e conduzimos nossas decisões.

Saul, o primeiro rei de Israel, começou sua jornada com tudo para dar certo. Mas, quando foi testado, revelou que quem estava no trono da sua vida era o próprio ego. Em vez de obedecer à voz de Deus, ele cedeu à pressão e tomou decisões baseadas em medo e vaidade. O resultado foi trágico: perdeu a presença de Deus e o propósito que havia recebido.

Hoje, vamos aprender como o ego pode nos afastar de Deus — e como vencer isso com obediência e arrependimento.

1. Tire o controle do seu ego.

O ego parece inofensivo, mas é um dos maiores sabotadores da vida espiritual. Saul tinha tudo para marcar sua geração com uma liderança dependente de Deus, mas escolheu ser guiado por sua própria vontade. No momento da provação, tomou o lugar do profeta e ofereceu o sacrifício por conta própria — uma atitude que revelou um coração impaciente e desobediente.

A crise de Saul não começou com grandes erros, mas com pequenas decisões baseadas em si mesmo. E quando ele achou que podia controlar tudo, perdeu o que mais importava: a confiança de Deus. O ego não se contenta em influenciar — ele quer governar. E quando deixamos ele no comando, tomamos para nós o lugar que é só de Deus. A consequência? Orgulho, rebeldia, independência e um coração fechado para correção.

Se quisermos zerar o game com Deus, o primeiro passo é reconhecer: o ego precisa morrer. Não podemos seguir em frente com Cristo enquanto estivermos agarrados à ideia de que sabemos o que é melhor. A obediência só acontece quando confiamos mais em Deus do que em nós mesmos.

2. Se cair, levanta. Se errar, se arrependa.

O grande problema de Saul não foi apenas errar. Foi cair… e continuar no chão. Ele teve oportunidades reais de se arrepender, mas nunca se rendeu de verdade. Preferiu manter a pose de rei do que dobrar os joelhos como servo. Ao contrário de Davi — que também pecou, mas chorou diante de Deus e encontrou restauração —, Saul endureceu o coração e viveu à base do orgulho.

Por fora, ele ainda estava no trono. Por dentro, já não havia mais unção. Continuou vencendo batalhas e sendo aclamado, mas a presença de Deus já havia se retirado. Tudo o que restou foi uma liderança vazia, guiada pelo medo, pela vaidade e por um espírito que já não se conectava mais com o céu.

A única forma de viver uma fé autêntica é manter um coração ensinável e quebrantado. O recomeço que Deus nos oferece não depende da perfeição, mas da disposição em se arrepender. Errar é humano, mas resistir ao arrependimento é destrutivo. Quando reconhecemos nossas falhas e voltamos para Deus, o jogo não termina. Ele recomeça — com graça, propósito e direção.