Sermões Escolhidos - Plano 4Exemplo

SAUDADES DA ETERNIDADE

Assim diz a “Canção do Exílio”, escrita por Gonçalves Dias, que nasceu no Maranhão em 1823, e que, nesta época, 1843, estava vivendo em Portugal:

Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá; Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores; Em cismar, sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores, que tais não encontro eu cá; Em cismar, sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; Não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá; Nem desfrute dos primores, que não encontro eu por cá, sem que inda aviste as palmeiras, onde canta o Sabiá.

Rubem Alves diz: A saudade só floresce na ausência!

• O texto em destaque fala de um novo céu e de uma nova terra; a nova Jerusalém que desce ataviada como noiva. Que cenas impressionantes e lindas podemos ver enquanto lemos este texto apocalíptico.
• João aqui descreve a descida do próprio Jardim do Éden entre nós, este que fora plantado por Deus para o homem para a vida eterna.
• Sim! Porque o homem não foi criado para a morte, mas para a vida. Daí a razão pela qual não sabemos tratar muito bem com a realidade da morte. Nós fomos criados para a vida!
• Quando o homem morre, seu espírito volta (Eclesiastes 12.1-7) para Deus, de onde ele veio. Por isso a Nova Jerusalém não é novidade para o ser humano que foi feito exatamente para ela, e essa ideia está dentro do seu íntimo.
• Se o pecado nos trouxe seu salário, a morte, em Cristo Jesus temos a vida e a presença do céu “aqui e agora”, muito embora a plenitude da salvação ainda esteja por vir (I Pedro 1.3-5).
• Assim, é justo termos “Saudades da Eternidade”, que já vive conosco agora, mas também faz parte de nossa fé e esperança no futuro para nós reservado.

Porque devemos ter saudades desse tempo que “já foi, mas que ainda virá a ser”?

NA ETERNIDADE A COMPANHIA DE DEUS É CONSTANTE - versículo 3

Hoje já temos a presença de Deus em nossas vidas, é certo. Mas ainda sofremos dores e desilusões; sofremos com os desastres, com a fome, com a injustiça, com os nossos problemas e com problemas dos outros.

Mas virá um dia, pelo qual ansiamos, quando Jesus estará conosco e nos enxugará toda a lágrima; estaremos na presença maravilhosa do Senhor, que brilhará sobre nós a ponto de não precisarmos mais nem do sol. A presença de Deus será uma realidade constante.

Nos tempos do Éden, Deus conversava com Adão e Eva “na viração do dia” (Gênesis 3.10)... E nós ficamos com saudades daquilo que “já foi, mas que ainda virá a ser”.

NA ETERNIDADE HÁ PLENA SATISFAÇÃO - versículos 4 a 6

Hoje vivemos adversidades e tentações por toda parte, mas aquele que for fiel até a morte herdará a coroa da vida (Tiago 1.12; Apocalipse 2.10). À partir daquele instante, teremos a presença de Deus, tirando de cada um toda dor, todo o sofrimento e, assim, toda a tristeza.

Nós temos saudades deste lugar; apreciem a letra do Hino 192:

“Conservemos em nossa lembrança

As riquezas do lindo país,

E guardemos conosco a esperança

Duma vida melhor, mais feliz!

Pois ali, pois ali

O cristão, pela fé, sempre alcança

As riquezas do Reino de luz,

Prometidas por Cristo Jesus”.

NA ETERNIDADE HÁ JUSTIÇA - versículos 7 e 8

O melhor presente que alguém possa ganhar é uma Bíblia, pois através dela ficamos sabendo da promessas de Deus para nossas vidas. Principalmente quando a dedicatória nos lembra que: se formos fiéis até a morte...

Engana-se aquele que pensa que todos os homens irão receber a coroa da vida! Nem todos irão para o mesmo lugar após a morte, pois nesse dia se manifestará de forma inapelável a justiça de Deus.

Diante da cruz de Cristo todo homem tem que tomar uma decisão, inspirada pelo Espírito Santo: a vida ou a morte eternas; neste momento não é possível ficar “em cima do muro” ou “lavar as mãos”.

Hoje há injustiças no mundo, mas na eternidade haverá a justiça de Deus reinando. Naquele tempo alguns estarão com o Pai, aqueles cujos nomes foram escritos no Livro da Vida, e outros não! (Apocalipse 20.14-15)

CONCLUSÃO

Nenhum de nós deseja morrer, até porque a morte não é natural para o homem. Paulo afirma que o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fil 1.21). Embora não queiramos morrer já, podemos dizer essa poesia “Permita Deus que eu morra e que volte para lá”, a terra da qual tenho saudades. Amém?

Sermão pregado pelo Rev. Jábis Ipólito em 21 de janeiro de 2007 na IP de Americana.