O Sermão do MonteExemplo

O Sermão do Monte: o Mestre, o discípulo e o Reino.

Jesus estava vindo de uma longa caminhada. Havia estado na Galileia, na Decápolis (as dez cidades), em Jerusalém, na Judéia e nas proximidades do rio Jordão. Uma verdadeira viagem missionária, com curas, milagres e libertação. O Reino de Deus estava em exercício. Mas algo que não era apenas externo também precisava acontecer. O modo de vida dos curados, libertos e, principalmente, daquelas pessoas que andavam com Jesus não podia ser o mesmo. Eles precisavam aprender a forma de vida do Reino de Deus. E Jesus, sendo o Mestre por excelência, não perderia a oportunidade de ensinar, tendo tanta gente diante de Si.

Diz o texto sagrado que Ele viu as multidões, subiu ao monte (provavelmente uma montanha próxima a Cafarnaum) e assumiu a postura de quem vai ensinar (como se assentasse). Os Seus discípulos, sedentos por Seus ensinos, aproximaram-se e, em silêncio, fitaram os olhos n’Ele. E então, Jesus começa a ensiná-los a respeito da verdadeira alegria, ou, como conhecemos, das bem-aventuranças. Jesus fala sobre nove bem-aventuranças, as quais podemos dividir em três seções principais: as que são relacionadas ao discípulo (vv. 3-7), as que são relacionadas a Deus (vv. 8-9) e as que são relacionadas ao mundo (vv. 10-12).

Na primeira seção, Jesus ensina que é mais do que feliz (tradução do termo grego makários) aquele que é humilde, que chora, que é manso, que tem fome e sede de justiça e o misericordioso. Talvez, alguém que leia de forma superficial ache que essa pessoa que carrega todas essas prerrogativas é alguém fraco, mas esse é um grande engano. Não há fraqueza nenhuma nesse discípulo que vive dessa forma no Reino de Deus; pelo contrário, quem vive assim receberá o Reino dos Céus, o consolo de Deus, herdará a terra, será saciado e, por fim, também alcançará misericórdia. Ser humilde, manso ou chorar não significa fraqueza; antes, é ser alguém que sabe quem é e que controla seus sentimentos de forma madura. Ter sede e fome de justiça e ser misericordioso não é algo antagônico, mas significa ser alguém que confia plenamente naquilo que Deus faz.

Na segunda seção, Jesus ensina que é mais do que feliz aquele que é limpo de coração e pacificador. O resultado para quem vive assim é maravilhoso. Esses discípulos que adotam esse estilo de vida do Reino verão a Deus e serão chamados filhos de Deus. Mas como alguém pode ver a Deus, você perguntará? Simples! Quando O enxergamos em Sua Palavra. Sabemos que Deus só é visto por aqueles a quem Ele permite que O vejam, ou seja, Deus se revela a quem Ele deseja se revelar, e para aqueles que são limpos de coração, essa santa revelação nas Escrituras estará sempre acontecendo. Ser chamado filho de Deus é o vivo testemunho de que nos parecemos com o Pai em Seus atributos comunicáveis, ou seja, no amor, no trato, na pureza, na santidade, na compaixão e na pacificação.

E, por fim, na terceira seção, Jesus ensina que é mais do que feliz aquele que for perseguido, injuriado e caluniado por Sua causa. Nos parece que essa bem-aventurança não é tão desejada em nosso meio. Quem ficaria feliz em ser perseguido? Em ser difamado? Em ser caluniado? Pois bem, a chave para essa alegria é a frase “por minha causa”. Sofrer todas essas coisas “por causa de Jesus” vale a pena, pois para esses o reino dos céus se abre e há um galardão reservado nos céus. A alegria deve encher o coração desses discípulos ao serem perseguidos por causa de Jesus, pois assim perseguiram os profetas que foram antes de nós. Que privilégio fazer parte deste time!

Sigamos neste modo de vida do Reino. E encerramos com o que Paulo disse aos crentes em Roma (Rm 14.17,18): “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens”. Amém.

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Questões para edificação:

1. Quando Jesus subiu ao monte, assentou-se e os discípulos se aproximaram d’Ele. O que representa para nós o ato de Jesus assentar-se diante dos discípulos? (vv. 1,2)

2. Os discípulos se aproximaram de Jesus para ouvi-lo. Nos dias de hoje, o que Deus espera que façamos quando Ele fala por intermédio de Suas Escrituras?

3. Qual é a recompensa prometida por Jesus àqueles que escutam e obedecem aos Seus ensinamentos? (v.12)

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Pr. Arieuston Gomes Araújo Netto, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.