A Batalha Pela Fé - Uma Jornada Em JudasExemplo

“Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo.” (Verso 1).

A pequena carta de Judas, que é um chamado para os crentes a batalharem "diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3), começa com uma profunda e simples declaração de identidade. Judas, que poderia facilmente se apoiar em seu parentesco com Jesus, escolhe se apresentar como “servo de Jesus Cristo”. Essa postura reflete a honra que ele atribui ao chamado de servir a Cristo, algo muito maior do que qualquer laço familiar. Ele nos ensina que, como cristãos, nossa maior identidade é sermos servos de Jesus, rendidos a Ele em todas as áreas de nossas vidas.

Judas escreve àqueles que são “chamados, amados e guardados”. Ele não se dirige a qualquer pessoa, mas aos verdadeiros crentes, que foram chamados de maneira eficaz por Deus, amados com um amor imutável e guardados em Cristo.

Já pensou que somos convocados a uma batalha, a uma guerra, como chamados, amados e guardados no Senhor? Isso não é maravilhoso?! Judas começa sua carta nos lembrando que somos “chamados, amados e guardados”. Essas três palavras não são apenas qualificações de quem somos, mas uma exortação poderosa para entendermos como nossa identidade nos coloca no meio de uma grande batalha.

Pense um pouco: quando um homem é convocado para uma guerra, ele geralmente é chamado por um senhor que não se importa com ele. Eles lutam por causas políticas, sem garantir sua segurança ou sobrevivência. A guerra é uma luta impessoal, onde eles são apenas peças descartáveis no jogo de um poder maior. Há até uma música da banda Legião Urbana chamada "A Canção do Senhor da Guerra", que fala sobre a frieza dessas batalhas. A letra descreve como os soldados lutam por alguém que nunca irá morrer pela causa deles.

A Letra diz assim: "Existe alguém que está contando com você

Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra

Não é ele quem vai morrer

E quando longe de casa

Ferido e com frio

O inimigo você espera

Ele estará com outros velhos

Inventando novos jogos de guerra”

Mas, quando olhamos para o chamado que recebemos de Cristo, vemos uma realidade totalmente diferente. Estamos convocados por um Pai amoroso, que se importa profundamente conosco. Ele não apenas nos chama para a batalha, mas também luta conosco e por nós. E o melhor: Ele já enfrentou a maior das batalhas por nós! Nosso Senhor, Jesus Cristo, não se omitiu. Ele morreu por nossa causa na cruz, para que tivéssemos a vitória. Não em uma vitória passageira, mas na vitória definitiva sobre o pecado e a morte por meio de Sua ressurreição.

E, ao contrário dos guerreiros que lutam por causas que podem abandoná-los a qualquer momento, nós somos amados de forma incondicional. Esse amor jamais será tirado de nós, por nenhuma guerra, nenhuma dificuldade. Romanos 8:38-39 nos lembra disso: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Que maravilha é saber que nossa identidade está fundamentada em ser chamados, amados e guardados por Cristo! Em meio à luta, podemos descansar e nos fortalecer, pois nossa vitória está assegurada. Somos enviados a uma batalha com a certeza de que, no final, Cristo reina e nós reinamos com Ele.

Então, em que área da sua vida você tem enfrentado a batalha? Lembre-se, você não está sozinho. Você foi chamado, amado e guardado pelo Senhor, e a vitória é certa. Ao lutar pela fé, faça isso com a confiança de quem já sabe que, no final, a guerra já foi vencida por Cristo!

A carta de Judas é uma exortação clara para a igreja entrar na batalha pela fé. Ele nos chama a uma luta ativa contra os falsos mestres, as heresias e a apostasia que tentam infiltrar-se na igreja. Judas amava a igreja de Cristo e devemos ter este mesmo sentimento que ele teve. Judas nos lembra que não podemos nos acomodar ou esperar passivamente pela vinda de Cristo. Devemos, em vez disso, batalhar com diligência, preservando a verdade do evangelho e defendendo a fé que nos foi confiada. É assim que devemos aguardar a vinda do nosso Mestre.

Mas o mais poderoso desta batalha é saber que lutamos como “chamados, amados e guardados em Jesus Cristo”. Como chamados, fomos escolhidos por Deus para essa missão, e essa escolha não falha. Como amados, sabemos que o amor de Deus nos fortalece e nos sustenta, e nenhum inimigo pode nos separar desse amor. E como guardados, temos a certeza de que nossa vitória é garantida, pois Cristo é o nosso protetor fiel. Nós não desfaleceremos!

Em nossa jornada de fé, somos chamados a lutar com confiança e coragem, não por nossa força, mas pela força daquele que nos chamou e nos mantém seguros em Sua graça. A batalha que enfrentamos não é apenas contra os falsos mestres, mas contra todas as forças que buscam nos afastar de Deus. Contudo, podemos batalhar com confiança, pois somos sustentados por aquele que é fiel para guardar e nos conduzir até o fim.

Que, assim como Judas, possamos nos entregar plenamente a Cristo, reconhecendo que nosso maior privilégio é sermos servos dEle. Que nossa batalha pela fé tenha como fonte de encorajamento a certeza do Seu amor imutável e da Sua proteção constante.