40 Dias Com TiagoExemplo

Afinal de contas, o que salva? A fé ou as obras?

O texto de Tiago 2 é o clímax da “religião pura”. Ele vai falar de uma fé morta, que é

uma fé verbal. Ela é discursiva e não prática. Fé morta, no texto de Tiago, é

profissão de fé no cristianismo, é dizer que se acredita no cristianismo, mas não se

tem nenhuma prova externa que testifique isso. Qualquer um pode declarar-se

cristão, mas para Tiago, existe algo que testifica o novo nascimento: as obras. Elas

não salvam, mas podem indicar quem foi salvo. Paulo, ao ensinar a respeito da

salvação pela fé, reforça esse conceito.

“8 Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é

dom de Deus; 9 não por obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos

criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais

Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Efésios 2:8-10).

A causa da salvação é a fé, e somente a fé, mas a sua evidência são as obras. João

Calvino disse: “Só a fé justifica, mas a fé que justifica jamais vem só”.

No versículo 14, Tiago começa fazendo duas perguntas:

1) De que adianta alguém dizer que tem fé, se não tem obras?

2) Acaso a fé pode salvá-lo?

A fé a que Tiago está se referindo é a fé morta. No versículo 14 ele está

questionando a fé verbal em oposição à fé verdadeira. Essa fé morta é apenas de

pretensão. Nos versículos 15 e 16, Tiago usa uma ilustração para falar da fé morta:

Se um irmão (ã) precisa de roupas e alimentos e um de vocês lhe dissesse: “Vá em

paz, vista-se e alimente-se” sem ajudar, do que adianta isso? NADA. Finaliza

dizendo que assim também é a fé. Se não for acompanhada de obras, não serve

para nada, está morta, é exteriormente inoperante e interiormente morta. Assim

como dizer ao necessitado “vá em paz é inútil”, a fé sem obras também o é.

A fé sem obras não salva (v.14), não tem proveito (v.16), está morta/é inútil

(v.17,26).

Tiago está nos ensinando algo muito interessante: que devemos ser a resposta da

oração de quem ora. Alguém já disse que orar por outra pessoa é uma prova de

amor, mas eu, Ismael, diria que é orar e ser a resposta da oração, é que é uma

prova de amor.

Só boas palavras não mudam a situação de quem está sem roupa e com fome

(passando por alguma dificuldade). Nós somos a resposta daqueles que oram: “Dá-

nos hoje o pão NOSSO de cada dia”.

O pão é nosso. Certa vez Jesus ensinou aos seus discípulos a dizerem mais do que

“vão em paz”:

“34 Quando Jesus saiu do barco e viu uma grande multidão, teve compaixão

deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar-lhes

muitas coisas. 35 Já era tarde e, por isso, os seus discípulos aproximaram-se

dele e disseram: "Este é um lugar deserto, e já é tarde.36 Manda embora o

povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar algo para

comer". 37 Ele, porém, respondeu: "Deem-lhes vocês algo para comer [...]”.

(Marcos 6:34-37).

Comida e roupa são necessidades básicas. Como cristãos, devemos ajudar a todos

e, principalmente, aos que professam a mesma fé (Gálatas 6.10). Seremos julgados

por esse critério (Mateus 25.40). Deixar de ajudar a quem está necessitando é

fechar o coração ao amor de Deus. É, de fato, uma fé morta.

Esse texto nos lembra a promessa de Jesus em Mateus 6.31-33 quando Ele disse

que aqueles que buscassem o Reino de Deus e a sua justiça, não precisavam se

preocupar com o que comer e com o que vestir. No entanto, Tiago está, neste

momento, falando da possibilidade de um irmão estar passando fome ou não ter o

que vestir.

Pergunta para reflexão:

Como podemos explicar isso, Jesus falou que não nos faltaria comida, e Tiago agora

falar da possibilidade de um irmão passar necessidade, Jesus mentiu?

Jesus, neste texto, não fala como a comida e a roupa chegariam. Se perguntarmos a

Jesus como essas coisas chegam quando estamos em necessidade, Tiago

responderia por meio das pessoas que se propõem a ser a resposta da oração de

alguém. João nos lembra que não devemos amar de boca, mas em ação e em

verdade (1 João 3.16-18).

Conclusão:

Você tem se colocado como resposta às orações das pessoas necessitadas e pelas

quais você tem orado? Quais são as pessoas que hoje precisam das suas boas

obras?

Decida:

Ter uma religião verdadeira.