As Demandas do ServoExemplo

- E AÍ ME DÁ UMA TRISTEZA NO MEU PEITO, FEITO UM DESPEITO DE EU NÃO TER COMO LUTAR, E EU QUE NÃO CREIO, PEÇO A DEUS POR MINHA GENTE, É GENTE HUMILDE; QUE VONTADE DE CHORAR. ACORDAR E NÃO SABER SE APARECERÁ ALGO PARA COMER NAQUELE DIA É UMA EXPERIÊNCIA EXTREMA E ASSUSTADORA.

CHICO BUARQUE E TARZAN LEÃO

01 – NOSSA FOME

Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia... Esse pedido, incluído na oração, tem base em nossa alimentação, de forma que o estômago possui o seu direito assegurado pelo Senhor, mesmo perante a importância do coração e da mente. Nenhuma oração ou ato espiritual dispensa o trabalho e o pão, muitas vezes difícil demais para ganhá-lo e trazê-lo à mesa do faminto. Deus quis que ganhássemos o pão através do trabalho, que implica em tempo, suor, lágrimas e, um certo distanciamento do próprio Senhor Pai.

Naqueles momentos estamos preocupados com o terreno e não com o celestial; estamos tratando não da causa de Deus, como a santidade e o Reino, mas das nossas demandas. Começando com este pedido, aquele que está orando, passa a tratar das causas dele próprio. Nesta oração, está sendo tratado do homem integral.

Mas, o pão que Jesus nos ensina a pedir, é ‘nosso’ e não, somente meu. Isso nos leva a pensar que Deus não ouve a oração de quem pede apenas para si. O relacionamento vertical com Deus, considera o nosso relacionamento horizontal com aqueles que nos rodeiam; por isso, Jesus ensina que, ao apresentarmos a Deus as nossas necessidades, incluamos, também, aquelas de nossos irmãos. Se não for assim, estaremos desligados da fraternidade exposta na oração, e vivendo o egoísmo.

O pão que comermos, fruto da exploração do irmão, não é pão abençoado por Deus; é pão que apenas nutre, mas não alimenta.

As necessidades básicas nos igualam e a satisfação coletiva delas nos confraterniza, nos faz irmãos.