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Dia 3 - Enfrentando o deserto

“Em seguida, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo Diabo.” Mateus 4:1

Sempre que leio esse versículo, sinto um gosto amargo e fico reflexivo sobre as provações que o próprio Espírito de Deus nos leva a passar. Ver o próprio Cristo sendo tentado após 40 dias de fome, calor, frio e solidão me deixa constrangido. Isso acontece porque, em pequenas situações do meu dia a dia, me revolto quando passo por algumas adversidades. Mas, olhando as atitudes de Jesus, aprendo uma grande lição sobre humildade e obediência.

Durante todo o seu ministério, nosso Salvador mostrou humildade. Porém, durante o deserto, é uma das passagens que essa característica mais exclama. Mesmo sendo Deus, Ele não tirou vantagem disso; pelo contrário, esvaziou a si mesmo e suportou os sofrimentos da carne. É o momento em que o próprio Criador se fez criatura e assumiu a forma de um servo, não se importando com os próprios desejos. E isso conflita diretamente com nosso ego, que muitas vezes nos coloca na posição de injustiçados sempre que somos levados a alguma situação fora do que planejamos.

Outro ponto importante de reflexão sobre o deserto é a obediência. A palavra nos diz que, assim que Cristo sentiu fome e estava fraco fisicamente, Satanás apareceu e começou o processo de tentação. A primeira armadilha que ele tentou apresentar para Jesus foi justamente onde ele estava debilitado: a fome. O diabo continuou tentando atacar outros aspectos de Cristo, sua identidade e sua autoridade. Porém, em nenhum momento Jesus utilizou da própria divindade, mas recorreu à obediência das Escrituras. Essa atitude mostra sua completa submissão à vontade de Deus, permanecendo firme não pelos desejos da carne, mas pela fé nos caminhos do Pai.

Esse tema me faz lembrar de uma frase que carrego comigo: "Jesus não te pede nada que Ele mesmo já não tenha entregado por você". O deserto enfrentado por Ele é o perfeito exemplo do esvaziamento que a Cruz nos pede no nosso dia a dia. O próprio Deus suportou a tentação através da humildade e obediência, não restando outra opção para nós além do desejo de buscar semelhança ao modo de pensar de Jesus. Assim, os desertos deixam de carregar um sentimento de abandono e injustiça e passam a ser uma chance de sermos imitadores de Cristo.

Aplicação

Hoje, eu te desafio a enfrentar o seu deserto. Tire um momento para refletir sobre os desafios que tem enfrentado. Após isso, faça como o apóstolo Paulo nos ensina: examine-se! Avalie o seu coração e veja se está em semelhança com Jesus quanto à obediência e humildade.

“Examinem‑se para ver se estão na fé; provem a vocês mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados!” 2Coríntios 13:5

Bruno Fernandes - ICF Rio de Janeiro