Totalmente pela graçaExemplo

Se em qualquer parte do mundo houver um médico que descobriu remédios seguros e preciosos, a quem esse médico é enviado? Às pessoas perfeitamente saudáveis? Penso que não. Coloque-o em uma região onde não haja enfermos, e ele sentirá que ali não é o lugar dele. Nada há para ele fazer. “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (MARCOS 2:17). Não é igualmente claro que os grandes remédios da graça e da redenção são para os doentes de alma? Eles não podem ser para os sãos, porque não podem ser úteis para tais pessoas. Se você, caro amigo, sente-se espiritualmente doente, o Médico veio ao mundo por você. Se você está totalmente destruído, em decorrência do seu pecado, você é exatamente a pessoa, o alvo no plano da salvação. Digo que o Senhor de amor tinha em Seus olhos pessoas exatamente como você ao planejar o sistema da graça. Suponha que um homem generoso resolvesse perdoar todas as pessoas que lhe devem; é claro que isso só pode aplicar-se a quem realmente lhe deve. Certa pessoa deve a ele mil libras; outra lhe deve cinquenta libras; cada uma só tem de receber em sua conta o carimbo de “pago” para ter sua dívida cancelada. Porém a mais generosa de todas as pessoas não pode perdoar as dívidas de quem nada lhe deve. Está fora do domínio da Onipotência perdoar onde não há pecado. Portanto, o perdão não pode ser para quem não tem pecado. O perdão precisa ser para o culpado. O perdão precisa ser para o pecador. É um absurdo falar em perdoar quem não precisa de perdão — perdoar quem nunca transgrediu.

Você pensa estar obrigatoriamente perdido por ser pecador? Esse é o motivo pelo qual você pode ser salvo. Pelo fato de você se reconhecer como pecador, eu o incentivaria a crer que a graça é destinada a pessoas como você. Um de nossos autores de hinos até ousou dizer: “Um pecador é algo sagrado; o Espírito Santo assim o fez”1. É verdade que Jesus busca e salva o perdido. Ele morreu e fez uma expiação legítima por verdadeiros pecadores. Quando os homens não estão fazendo jogos de palavras ou se autodenominando “miseráveis pecadores” por mero elogio, sinto-me extremamente feliz por encontrá-los. Eu ficaria contente por falar a noite toda a pecadores genuínos. A estalagem da misericórdia jamais fecha suas portas para eles — nem nos dias de semana, nem no domingo. Nosso Senhor Jesus não morreu por pecados imaginários: o sangue de Seu coração foi derramado para lavar manchas carmesim profundas, que nada mais consegue remover. O pecador espurco é o tipo de homem que Jesus Cristo veio limpar.