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Conflitos da Vida

DIA 7 DE 7

Como aconselhar pessoas


Todos nós nos lembramos do contexto em que o profeta Elias é usado por Deus numa saga extremamente intensa. Após as duras perseguições promovidas pelo rei Acabe, e as experiências maravilhosas do suprimento de Deus para suas necessidades básicas, seja por meio de corvos (1Rs 17.1 7) ou de uma viúva (1Rs 17.8-24), Elias se apresenta perante o rei, enfrenta os profetas de Baal, é ameaçado por Jezabel, a esposa do rei, e foge para Horebe, em meio a uma crise existencial de grandes proporções, a ponto de pedir para si a morte.


O texto adotado como básico para nossa lição de hoje ilustra bem o processo de aconselhamento e as cinco etapas apresentadas por Gary Collins para nos ajudarem no trabalho de apoio às pessoas. Embora seja um texto bastante conhecido, e muito explorado quando se trata de problemas em aconselhamento cristão (especialmente quando se trata de depressão), ele será usado porque a maneira adotada pelo próprio Senhor Deus nos dá uma perspectiva muito interessante do ponto de vista do conselheiro – e esse é o tema de nossa lição.





I. Conexão (1Rs 19.1-8)


A primeira disposição de Elias é para fugir e morrer. O primeiro passo para a ajuda era dar a ele a oportunidade de fugir, renovar as energias básicas, e encontrar disposição para ir ao encontro do conselheiro (nesse caso, o próprio Deus). Ele precisava de sono, alimento e forças para tomar a iniciativa no processo de restauração. Deus providenciou as condições básicas para que isso acontecesse.


O primeiro e grande desafio em aconselhamento acontece na etapa que Collins chama de “conexão”, ou seja, a criação de laços entre o conselheiro e o aconselhado com o objetivo de estabelecer um programa de ajuda (aconselhamento). 


Não há aconselhamento eficaz sem um claro ponto de contato que inclua disponibilidade por parte do ajudador, disposição por parte do ajudado, e confiança entre ambos.


Em nossos momentos de dificuldades, precisamos de uma igreja onde exista um grupo confiável e com disponibilidade para nos atender. Isso pode ser feito por meio de um pastor com habilidade para aconselhamento, ou por um grupo de 


ajudadores treinados e disponíveis, devidamente orientados por um líder preparado. É importante que exista uma agenda (horários e locais dedicados para atendimento) e que as pessoas destacadas para esse ministério sejam a tal ponto confiáveis que os crentes não hesitem em procurá-las. 


Geralmente não funciona aconselhamento em que o conselheiro tenta “forçar a barra” e “arrancar” emoções das pessoas. Elas precisam primeiramente ver algo no ambiente e nas pessoas que lhes faça acreditar na possibilidade de dar alguns passos, e então iniciar o processo.





II. Exploração (1Rs 19.9-11)


Assim que o contato foi feito, o maravilhoso Conselheiro deu a Elias oportunidade para abrir o coração, expor suas frustrações e ansiedades, e experimentar cura (mesmo que isso tenha acontecido em uma caverna, um lugar estranho, mas onde o aconselhado sentia alguma segurança e estava suficientemente alimentado e fortalecido para iniciar um programa de aconselhamento).


Essa fase, chamada de “exploração”, acontece geralmente quando o conselheiro tem habilidade para fazer as perguntas adequadas e ouvir o aconselhado de modo efetivo e eficaz. Às vezes, no aconselhamento faltam perguntas; há casos em que as perguntas apenas dispersam a atenção que deveria ser dada ao problema, ou evitam o problema em si para entrar em uma divagação sem fim; há, ainda, casos em que as perguntas invadem a privacidade das pessoas, ou são ofensivas, inadequadas a um processo que tem por obrigação respeitar a pessoa do aconselhado. Fazer perguntas certas é uma arte! Há uma frase que incentiva a pessoa a começar a falar do seu problema e há uma pergunta que a ajudará a expor algo que tenha sido deixado de lado. Esta é uma orientação útil para todo conselheiro.


1. Fale-me um pouco sobre o que está acontecendo.


2. Há algo mais que você deseja falar? 


Não ajuda muito saber fazer perguntas que demonstrem interesse pela pessoa que está sendo ajudada, se não sabemos ouvir. Todos nós devemos ser “tardios para falar e prontos para ouvir”, e em aconselhamento, isso é fundamental. Saber ouvir inclui dar atenção total à pessoa, sem qualquer reserva para cuidarmos ou pensarmos em outras coisas. Por isso é tão importante separar um local e um momento adequados para aconselhamento (onde não haja interrupção por telefone, filhos, ou outros elementos estranhos ao aconselhamento). Além do tempo e do local, temos que dedicar o corpo (inclusive, literalmente, a postura corporal) e a mente para ouvir, refletir, considerar com a pessoa, dar toda e absoluta atenção.





III. Planejamento (1Rs 19.12-18)


A etapa seguinte no programa de aconselhamento adotado pelo Senhor com Elias incluiu um plano de ação que partia da situação de sofrimento em que o aconselhado se encontrava e seguia até o encerramento do caso. Havia dois elementos importantes na palavra do Senhor, nosso modelo de conselheiro.


1. Havia uma proposta de ação.


2. Havia esperança (“luz no fim do túnel”). 


Elias precisava saber que a situação em que se encontrava não era definitiva, que havia tarefas a serem executadas por ele próprio (e não pelo Senhor!), e que havia mais recursos do que os que ele via no meio de sua crise existencial.


Ao final do primeiro encontro (em alguns casos, pode ser no segundo ou terceiro), conselheiro e aconselhado precisam fazer um planejamento para o projeto de ajuda. É verdade que muitas pessoas adotam “análise” como um estilo de vida (para sempre dependentes do psicanalista...), mas no aconselhamento cristão, devemos ter noção de princípio, meio e fim do programa de ajuda. Em alguns casos, isso significa quase fazer um contrato: o que cada parte vai fazer, quando e onde vão se encontrar, quantos encontros são planejados, qual é a responsabilidade de cada um, e assim por diante.


O ajudador não é o “sabe-tudo”, que tem que resolver os problemas do que está sendo ajudado. Ele se serve de sua experiência pessoal, do fato de estar pessoalmente mais saudável, capaz de olhar o problema objetivamente (menos envolvido emocionalmente) e capaz de encontrar com o outro as alternativas para um plano de ação. Geralmente, as pessoas que enfrentam dificuldades emocionais ficam “travadas” e perdem muito da capacidade de criatividade. Além disso, elas ficam desanimadas e não acreditam que possam existir saídas para o problema. Na maioria dos casos, a pergunta básica a ser feita é: “o que você acha que podemos fazer para solucionar esse problema?”, e depois, então, se pergunta: “que posso fazer para ajudá-lo nesse esforço que você está fazendo?”. Feito isso, cabe ao conselheiro manter o ânimo, oferecer encorajamento, ajudar o aconselhado a acreditar no futuro...





IV. Desenvolvimento (1Rs 19.19-21)


Quando Elias recebeu um plano e retomou a esperança a partir das informações dadas pelo próprio Deus, então chegou o momento de agir. E ele agiu! Era preciso fazer meia-volta, encontrar pessoas-chave, enfrentar desafios e situações de perigo, encontrar ajuda adequada, e transformar planos em realidade. A tarefa envolvia um grande esforço físico, desgaste emocional e muita fé. Havia riscos já calculados, e não haveria mais como voltar.


Sempre é bom orar, abrir o coração e até chorar diante do Senhor. É bom ter visões e ouvir o Senhor, seja no meio de um terremoto, no fogo consumidor ou num vento calmo e tranquilo, mas isso só não basta para a solução de problemas. É preciso agir, obedecer ao Senhor, e pagar o preço para uma mudança radical. Percebe-se que o fato de Elias ter passado pelo que chamamos de “depressão” funciona quase que como um consolo para nós, mas precisamos saber que ele não ficou deprimido para sempre... para sair da depressão houve ação – firme, corajosa e persistente, devidamente orientada pelo Senhor.


Após o(s) encontro(s) de planejamento, os outros encontros de aconselhamento têm algumas finalidades bem definidas. 


1. Verificar que o aconselhado está agindo como foi planejado.


2. Perceber juntos eventuais mudanças no curso de ação.


3. Encorajar e orientar o aconselhado para os próximos passos que serão dados.


4. Orar juntos pela ajuda e direção de Deus no processo. 


Há casos em que o planejamento prevê um determinado número de encontros, e na medida em que o problema está sendo solucionado, verifica-se que há necessidade de mais ou menos tempo. Todavia, os encontros de aconselhamento não podem se constituir apenas em “jogar conversa fora”, ou muita “choradeira”. Essa é uma etapa (desenvolvimento) de muito trabalho e ação firme para que juntos, conselheiro e aconselhado, possam encontrar esperança e caminhos adequados para o sucesso do aconselhamento. 





V. Encerramento


A vida e o ministério de Elias não acabam no meio do problema depressivo, e o aconselhamento não permanece em cena eternamente. 1Reis 20 muda o assunto, segue adiante com a história, e “a vida continua”. Elias também muda a página da história de sua vida e segue seu ministério de profeta. Ele não “era” um doente ou um problemático, mas apenas “estava” com problema e precisava de ajuda. 


Ajudar pessoas significa reconhecer que elas são capazes, e que suas histórias de vida são anteriores e posteriores aos problemas que eventualmente enfrentam. 


Como lembrado no livro Aconselhamento Cristão, “com o tempo, conselheiro e aconselhado observam que a relação construída para resolver problemas já não é tão profunda quanto antes. Pode haver uma discussão sobre o que o aconselhando pode fazer para enfrentar novas situações adversas. Depois disso, deve ficar claro que, se houver necessidade de outros aconselhamentos no futuro, a porta estará sempre aberta” (Collins, pág. 53).


O aconselhamento cristão não deve criar um relacionamento de dependência, mesmo que todos nós entendamos o papel da interdependência natural no corpo de Cristo. Trabalhamos para a “libertação” das pessoas, e não para mantê-las presas num programa sem fim. Além disso, o aconselhamento não pode ser “abandonado”, mas deve ser concluído. Assim como precisamos de um trabalho adequado para iniciar um programa de aconselhamento, também precisamos concluir um programa de ajuda com sabedoria, lucidez e correção.





Conclusão


Estudar o processo de como aconselhar pessoas nos coloca inevitavelmente no estudo acerca das qualidades do conselheiro cristão. Basta seguir os passos apresentados e veremos como as coisas acontecem.


1. Conexão. Para possibilitar a “conexão”, o conselheiro deve ser alguém confiável, alguém com autoridade espiritual, e alguém aberto (disponível) para as pessoas. 


2. Exploração. Se desejamos fazer uma boa “exploração”, o conselheiro deve ser alguém capaz de ouvir, ser totalmente ético (alguém que não fala para os outros o que lhe é confidenciado), paciente e capaz de analisar informações. 


3. Planejamento. Quando se trabalha em “planejamento”, o conselheiro precisa ser alguém com visão ampla, capaz de perceber o que acontece em volta do problema que está sendo tratado, hábil para sugerir planos e construir projetos com o aconselhado, sem impor ideias e com o máximo respeito pela pessoa. 


4. Desenvolvimento. O “desenvolvimento” acontece quando o conselheiro é capaz de fazer acompanhamento, sabe cobrar o cumprimento de tarefas sem ofender e sem enfraquecer o processo. Embora o aconselhado seja a pessoa interessada (e por isso deveria tomar a iniciativa e ser perseverante), devemos saber que o conselheiro, pelo menos na teoria, é a pessoa que passa por um momento saudável, e deveria estar pronta para se tornar o pilar principal nesse relacionamento.


5. Encerramento. O “encerramento” depende de um conselheiro maduro e lúcido, pronto para fazer uma avaliação adequada para “liberar” o aconselhado e “dar alta”... 


O conselheiro deve ser capaz de “fechar a conta”, e abrir portas a um acompanhamento posterior, na medida certa e da maneira correta.





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Dia 6

Sobre este Plano

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Gostaríamos de agradecer à Editora Cristã Evangélica por fornecer este plano. Para mais informações, acesse: https://editoracristaevangelica.com.br/

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