1 MACABEUS 3:10-37

Apolónio reuniu um grande exército de não-judeus e de homens de Samaria para lutar contra Israel. Quando Judas soube disto, marchou com os seus soldados para lutar contra Apolónio, derrotou-o e matou-o. Muitos inimigos foram feridos de morte e os restantes fugiram. Apoderou-se dos despojos dos inimigos e da espada de Apolónio, a qual passou a usar sempre em combate. Séron, o comandante do exército sírio, soube que Judas tinha reunido um exército enorme de soldados, que lhe eram fiéis, e prontos para lutar. Disse ele: «Vou lutar contra Judas e os seus soldados, aquela gente que despreza a ordem do rei. O meu nome será famoso e receberei glória no reino da Síria.» E novamente um forte exército de ímpios foi ajudá-lo a vingar-se dos filhos de Israel. Quando Séron estava a chegar perto de Bet-Horon, Judas saiu ao seu encontro com um pequeno grupo de soldados. Quando viram o exército sírio a avançar para lutar contra eles, os judeus perguntaram a Judas: «Como é que nós, que somos tão poucos, poderemos lutar contra esta multidão enorme e poderosa? Estamos todos fracos, pois ainda não comemos nada hoje.» Judas respondeu: «Deus consegue vencer tanto com muitos como com poucos. Pois a vitória na batalha não depende do tamanho do exército, mas do céu é que vem a força. Eles vêm contra nós, cheios de orgulho e impiedade, querendo acabar connosco, com as nossas mulheres e filhos e levar para o seu reino tudo quanto temos. Mas nós estamos a lutar pelas nossas vidas e pelas nossas leis. É Deus quem os derrotará na nossa presença. Não tenham medo deles.» Assim que acabou de falar, Judas e os seus soldados atacaram os inimigos e derrotaram Séron e o seu exército. Perseguiram-nos pela descida de Bet-Horon até à planície; oitocentos deles foram mortos e os restantes fugiram para a Filisteia. Depois disto, todos começaram a ficar com medo de Judas e dos seus irmãos, e os povos dos países vizinhos ficaram apavorados. Até o rei Antíoco ouviu falar do nome de Judas, e os não-judeus comentavam as suas batalhas. Quando o rei Antíoco ouviu falar de tudo isto, ficou furioso e ordenou que todas as forças armadas do reino se juntassem, formando assim um fortíssimo exército. Abriu os cofres do reino, pagou a todos os soldados o salário de um ano e ordenou que ficassem prontos para qualquer emergência. Mas descobriu que havia pouco dinheiro no tesouro do rei. Os impostos pagos pelas províncias tinham diminuído por causa da revolta e da miséria que ele mesmo havia causado quando anulou as leis que existiram desde os tempos mais antigos. Receou não ter dinheiro nem para as suas próprias despesas nem para as ofertas que anteriormente dava. Era pródigo em dar presentes e nisto ultrapassou os reis que o procederam. Ficou muito aflito e finalmente resolveu ir até à Pérsia e cobrar os impostos das províncias daquele país para assim conseguir muito dinheiro. Antes de partir, pôs Lísias, um homem famoso da família real, a governar o território que ia desde o rio Eufrates até à fronteira do Egito. Antíoco deixou-o também encarregado de cuidar da educação do seu filho Antíoco Eupátor, até ao seu regresso. Pôs Lísias como comandante de metade das suas tropas e de todos os elefantes usados nas guerras. E deu-lhe instruções a respeito de tudo o que queria que se fizesse. Quanto aos habitantes da Judeia e de Jerusalém, Antíoco ordenou que Lísias os atacasse com um exército a fim de derrotar a força de Israel e acabar com o seu poder, especialmente os que ainda estavam a morar em Jerusalém, para que ninguém mais se lembrasse deles. Lísias deveria trazer estrangeiros para morarem em todo o país e dividir as terras entre eles. Em seguida, o rei Antíoco saiu de Antioquia, a capital do seu reino, com a outra metade do exército. Isto aconteceu no ano cento e quarenta e sete da era grega. Atravessou o rio Eufrates e marchou pelas regiões montanhosas do planalto da Pérsia.