Ele será chamadoExemplo

Ele será chamado

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6 - ARA).

Este devocional nos conduz à profecia de Isaías sobre o nascimento do Messias, aquele que traria luz, justiça e paz ao mundo. Ao refletirmos sobre essas promessas, somos lembrados do verdadeiro significado do Natal: a vinda de Jesus Cristo, o Rei eterno, anunciado séculos antes. Isaías registrou cinco detalhes sobre a vinda do Messias.

Primeiro, nasceria de modo natural uma criança. A implicação, apresentada em paralelo, é que essa criança nasceria na nação de Israel, como um dos membros do povo da aliança.

Segundo, Ele governará sobre o povo de Deus e sobre o mundo. Isso é confirmado também pelo profeta Miqueias: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2 - ARA). “O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome" (Zc 14.9 - ARA).

O governo estará sobre os seus ombros, em sentido figurado; essa expressão se refere ao manto real a ser usado pelo Messias. Como Rei, Ele será responsável por governar a nação. Nos dias de Isaías, os líderes de Judá eram incompetentes para governar o povo, mas o Messias governará com justiça.

Terceiro, Ele terá quatro nomes descritivos que revelarão o Seu caráter. Ele será o Maravilhoso Conselheiro, extraordinário, referindo-se aos atos divinos de juízo e de redenção. Como Conselheiro, no Reino, muitas pessoas estarão ansiosas para ouvir o Messias ensinar os caminhos de Deus.

“Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém” (Is 2.3).

Ele também é o Deus Forte. “Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó” (Is 10.21). Deus encarnado, isso significa simplesmente “uma pessoa semelhante a Deus”. Isaías queria dizer mais do que isso, pois já havia falado do Messias fazendo o que nenhuma outra pessoa havia sido capaz de fazer (se observarmos os primeiros versículos do capítulo, 9.2-5). Isaías entendia que o Messias seria Deus em algum sentido do termo.

Esse Libertador também será chamado de Pai Eterno. Muitas pessoas ficam intrigadas com esse título, porque o Messias, o Filho de Deus, é distinto, na Trindade, de Deus Pai. Como o Filho pode ser o Pai?

Várias coisas devem ser observadas a esse respeito:

Em primeiro lugar, o Messias, sendo a segunda Pessoa da Trindade, é, em sua essência, Deus. Portanto, Ele possui todos os atributos de Deus, incluindo a eternidade. Visto que Deus é um (embora exista em três Pessoas), o Messias é Deus.

Em segundo lugar, o título “Pai da Eternidade” é uma expressão idiomática usada para descrever a relação do Messias com o tempo, não sua relação com os outros Membros da Trindade. Ele é considerado eterno, assim como Deus (o Pai) é chamado de “Ancião de Dias” (Dn 7:9). O Messias será um Governante “paternal”.

Em terceiro lugar, talvez Isaías tivesse em mente a promessa a Davi (2 Sm 7.16) sobre a “eternidade” do reino que Deus prometeu que viria através da linhagem de Davi. O Messias, um descendente de Davi, cumprirá essa promessa pela qual a nação tanto esperava.

O Messias também é chamado de Príncipe da Paz, aquele que trará e manterá o tempo de paz milenar, quando a nação estará devidamente relacionada ao Senhor. Juntos, esses quatro títulos oferecem uma bela imagem do caráter do Messias vindouro (Is 9.6 inclui a primeira das 25 referências de Isaías à paz).

Em quarto lugar, o Messias, assentado no trono de Davi (Lc 1.32-33), terá um governo eterno de paz e justiça. Seu governo não terá fim; continuará para sempre (cf. Dn 7.14, 27; Mq 4.7; Lc 1.33; Ap 11.15). Após o Reino na Terra, Ele governará por toda a eternidade. Ele manterá a justiça (Jr 23.5), pois Seu governo estará em conformidade com o caráter santo e as exigências de Deus.

Em quinto lugar, tudo isso será realizado pelo zelo do Senhor Todo-Poderoso. A vinda do Reino Milenar depende de Deus, não de Israel. O Messias governará porque Deus prometeu e zelosamente cuidará para que o Reino venha. Sem Sua intervenção soberana, não haveria Reino para Israel.

Aparentemente, Isaías presumiu que a Criança messiânica, Jesus Cristo, estabeleceria Seu reinado em um advento e que, quando a Criança crescesse, governaria em triunfo. Como os outros profetas, Isaías não tinha consciência do grande intervalo de tempo entre os dois adventos do Messias.

“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar" (1 Pe 1.10-12 - ARA).

“O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados; enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória” (Is 61.1-3 - ARA).

Ele voltará.

No próximo devocional, meditaremos sobre o primeiro título dado ao Messias: Maravilhoso Conselheiro. Que neste Natal nossos corações se encham de esperança, certos de que o Senhor será para nós o Conselheiro perfeito e eterno.

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Pr. Francisco Wellighton G. Farias, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.