O Natal e a Nova CriaçãoExemplo

O Grande Rei

César Augusto reinava sobre o império mais poderoso da Terra. Povos de várias línguas e raças submetiam-se à sua soberania. Sob seu domínio, o mundo parecia girar ao redor de Roma: estradas, censos, impostos, exércitos e obras de arte proclamavam sua glória. O imperador convocou todos seus súditos para um recenseamento. Desobedecer jamais seria uma opção.

Um casal pobre empreendeu uma viagem de três ou quatro dias pelas estradas empoeiradas da Judeia. Maria estava grávida, e José procurava abrigo. Não havia espaço nas hospedarias. Restou-lhes um estábulo. E foi ali, entre animais e feno, que o Criador do universo respirou pela primeira vez o ar da criação. O Filho de Deus nasceu na periferia do império, não como um rival dos reis, mas como o Rei que redefine o poder.

A encarnação é o maior escândalo da história: o Deus invisível entra na matéria. Aquele que sustenta galáxias agora é sustentado nos braços de uma jovem. O autor da vida aprende a respirar, chorar, sorrir. O trono da sua glória é uma manjedoura.

O Natal é a inversão das lógicas do mundo. O poder humano tenta subir, Cristo desce. Os impérios constroem muros, Ele constrói pontes. Sua força é serviço; sua coroa, sacrifício. E por meio desse amor que se esvazia, o cosmos começa a ser restaurado. Nele, todas as coisas — visíveis e invisíveis — são reconciliadas. Celebrar o Natal é reconhecer que Deus não abandonou sua criação, mas veio reinar sobre ela de modo novo.

Contemple a humildade do Rei na manjedoura. Peça a Ele a graça de inverter as lógicas do mundo em sua vida, transformando seu trabalho, seus relacionamentos e seus projetos em atos concretos de serviço que reflitam a justiça, a beleza e a compaixão do seu Reino na Terra.