Quem é Cristo

INTRODUÇÃO

Quase em todo o mundo o aniversário de Cristo é celebrado. De uma forma direta, seu nascimento é a referência de tempo para todo o mundo. Também o aniversário de sua morte é celebrado de uma forma intensa e vivenciado em muitos eventos e filmes.

Mesmo aqueles que não gostam de Jesus nem O admiram, declaram sua vinda a esse mundo quando dizem a data de nossos dias. Direta ou indiretamente todos dizem: Jesus esteve aqui. Nossa história foi dividida por Ele: o antes e o depois de Cristo é a referência. Um Deus, um homem e uma cruz mudaram para sempre a história da terra e dos céus. E uma pergunta surge nas mentes e nos corações: Quem é, de fato, Jesus Cristo de Nazaré?

Em certo dia de sua vida aqui na Terra, Jesus perguntou aos seus discípulos:

Quem dizem os homens ser o Filho do homem? (Mateus 16:13b).

Ele ouviu a opinião do povo, mas não a comentou. O fantástico veio na sequência, quando Ele fez a mesma pergunta aos Seus discípulos, e:

Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mateus 16:16)

Repare que na continuidade do diálogo de Jesus e Pedro está a nossa benção:

Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mateus 16:17-18)

Vemos aí a Igreja anunciada e estabelecida por Cristo, a Igreja da qual os regenerados fazem parte, possuindo o Selo de Deus e tendo seus nomes escritos nos céus.

Essa indagação sobre quem é Jesus permanece até aos dias atuais e há, também, pessoas que tentam contestá-la. Mas, para sabermos mais acerca da pessoa de Jesus, temos que analisar as páginas do Novo Testamento. Precisamos descobrir o que levou tantas pessoas a deixarem inúmeras coisas de lado e a se envolverem numa jornada durante toda a vida; não amando a própria vida, essas pessoas decidiram seguir e viver conforme os ensinos de Jesus de Nazaré.

Para conhecer melhor uma pessoa, inicialmente é preciso saber o seu nome e os títulos que ela possui. Então, vejamos isso sobre a pessoa de Cristo.

FILHO DE DEUS

Assim como a expressão "Filho do Homem" significa aquele que é nascido do homem, a expressão "Filho de Deus" significa aquele que é nascido de Deus. Nesse aspecto, Jesus é diferente de todos os outros seres humanos que vieram de um pai natural. Jesus veio, se originou, diretamente de Deus. Vemos isso em João 1:14:

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.

Já aos doze anos Jesus tinha consciência de si mesmo. No Templo, quando conversava e interrogava os Mestres da Lei, Jesus chama Deus de Pai e diz estar envolvido com a Casa do Pai. Ele declara isso conforme Lucas 2:49: Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?

Até aquele momento em toda a narrativa Bíblica ninguém ousara chamar Deus de Pai. Entretanto, Jesus demonstra ter uma consciência bem diferente dos outros seres humanos.

Com essa declaração podemos aprender que Jesus é um com Deus. Humanamente, os filhos são carne de seus pais; em relação a Cristo, podemos então afirmar que Ele é Deus porque veio direto de Deus: Eu e o Pai somos um" (João 10:30)

Jamais um ser humano pode dizer que é um com Deus, no sentido de dizer que é igual a Deus. Jesus Cristo é único.

VERBO

Os seres humanos usam as palavras para se comunicarem e através das palavras damo-nos a conhecer. As palavras são veículos de comunicação: tente imaginar a vida sem palavras. Pense em como ficaria complicada nossa existência e convivência sem elas.

Na verdade, o nome de Deus é "Palavra" (YHWH), e refere-se ao verbo "EU SOU", de acordo com o que vimos no capítulo 5 (Sabendo sobre Deus). Curiosamente, a Bíblia Sagrada é a palavra de Deus. Aprendemos, então, que Deus se comunica conosco através de Sua Palavra. E, como as palavras são fundamentais para a comunicação, percebemos que, para termos um relacionamento e mantermos a comunhão com Deus, precisamos de Sua Palavra.

É através da Palavra que falamos a língua de Deus e, quando a comunicação acontece, uma mensagem em comum é vivenciada. Assim, podemos dizer que a linguagem que Deus aceita em Sua presença está preestabelecida na Sua Palavra.

Linguagem é a expressão do pensamento pela palavra, pela escrita ou por meio de sinais. Quando a Bíblia chama Jesus de "Verbo" está dizendo que Ele é Deus mediando, sendo o caminho, entre Deus Pai e os homens. Não há comunicação em uma língua sem o verbo, pois ele é da classe gramatical com a qual se faz a ligação da mensagem. Sem verbo não há ligação nas frases e, portanto, não há comunicação.

Para o ser humano se comunicar com Deus ele precisa de um verbo que o ligue a Deus. Jesus é esse Verbo, não existe outro caminho. Releia João 1:14 citado anteriormente e, também veja João 14:6:

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

SENHOR

Esse é o título mais comum de Cristo e indica, principalmente, sua soberania. Nas narrativas do Antigo e do Novo Testamento esse termo está relacionado à divindade.

A palavra grega Kurios ou Adonai (Senhor) foi usada em substituição ao nome impronunciável de Deus (YHWH) e traz basicamente o sentido de soberania de Deus ou, posição suprema do Criador em todo infinito criado por Ele. Tanto Deus, quanto Cristo são chamados por esse termo grego Kurios.

É por esse motivo que os Cristãos primitivos se recusavam a curvarem-se diante de César, o imperador Romano que invocava para si esse título pertencente somente a Deus. Nossos irmãos preferiam morrer a reconhecer outro deus que não fosse o Senhor Deus. Isso nos faz lembrar das palavras do Mestre em Lucas 4:8:

E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás".

Jesus, durante sua vida terrena e seu ministério, demonstrou senhorio absoluto sobre todas as coisas. Ele dominou a natureza acalmando o mar, o vento e a tempestade; Ele multiplicou pães e peixes; Ele curou pessoas de diversas enfermidades; Ele ressuscitou mortos; Ele demonstrou seu senhorio sobre Satanás e os demônios expulsando-os em diversas situações e, por fim, Ele venceu a morte ressuscitando ao terceiro dia. É por isso e muito mais que o Apóstolo Paulo declara:

Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:10-11)

FILHO DO HOMEM

Essa expressão nos mostra o lado humano de Jesus. Jesus, enquanto Homem não deixou de ser Deus; mesmo assim, não usou seus atributos divinos em nenhum momento de sua vida terrena:

Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. (Filipenses 2:6-7)

Tudo que Jesus realizou foi mediante o poder do Espírito Santo que Nele estava. É isso mesmo, o mesmo Espírito que estava sobre Jesus também está sobre a vida da Igreja ou, dos regenerados. Foi por isso que o Mestre nos disse:

Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. (João 14:12)

Se Jesus tivesse realizado seus milagres pelo Seu poder Divino, não nos teria dito essas palavras. Se Jesus tivesse usado seus poderes de Deus para vencer o pecado, não poderia nos condenar por causa do pecado.

Como homem Ele venceu por meio do sofrimento que passou:

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hebreus 4:15-16)

Jesus, como homem, viveu a nossa vida. Ele sabe tudo sobre nossa condição e nosso sofrimento, não teoricamente, como Deus onisciente, mas porque Ele se tornou um de nós. É exatamente por isso que podemos ficar seguros, se permanecermos o tempo todo de nossa vida em sua presença. O melhor lugar para o regenerado ficar é na presença de Jesus:

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:29)

CRISTO

O nome Cristo é grego e deriva da palavra hebraica Messias que significa "ungido". A unção, tem, biblicamente, o sentido de capacitação divina para a realização de um ministério específico e determinado por Deus. Desde o Antigo Testamento, Deus prometeu que enviaria um Ungido para vencer a morte e libertar os homens da maldição do pecado adâmico. Deus prometeu isso a Eva em Gênesis 3:15:

Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Em um primeiro momento, Deus apresenta a ideia de um Messias sofredor, porém remidor e vencedor:

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si. (Isaías 53:7-11)

Posteriormente, em um segundo momento, Ele, o Messias, vem para implantar visivelmente o Reino de Deus na Terra, conforme expressa o seguinte texto:

Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. (1 Coríntios 15:23-25)

Jesus foi ungido por Deus para salvação e governo de Israel e das demais nações. Seu ministério está mais ativo que nunca tanto nos céus como na terra. A vinda de Jesus a esse mundo foi por meio da unção do Espírito Santo no ventre de Maria. Da mesma forma a vida de Jesus foi marcada por essa mesma unção, enquanto Ele crescia em graça e em conhecimento diante de Deus e dos homens.

Jesus começou seu ministério quando foi ungido pelo Espírito Santo, após ter sido batizado por João, e o concluiu quando foi assunto ao Céu:

Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. (Atos 1:10-11)

Jesus foi ungido de uma forma única: nunca houve nem haverá alguém ungido como Jesus, com o mesmo ministério de Salvador e Senhor. Nós, como Igreja, fomos ungidos para servirmos ao Reino de Deus e para fazer a vontade do Pai:

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra. (Atos 1:8)

FILHO DE DAVI

Davi foi o melhor Rei de Israel; ele foi um homem chamado por Deus para esse ministério, por ser uma pessoa segundo o coração do Altíssimo. Nesse aspecto, Davi agradou de tal forma o coração de Deus que Ele lhe prometeu um Reino Eterno, através de sua descendência:

A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre. (2 Samuel 7:16)

Monarquia é um sistema de governo hereditário no qual o sucessor é sempre um descendente direto do Rei, e somente os descendentes têm direito legal de governar. O título "Filho de Davi" declara que Jesus tem o direito legal para ser Rei de Israel. Em tempos de aflição, a casa de Israel era consolada pela seguinte profecia:

Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra. (Jeremias 23:5)

Infelizmente, Israel não teve percepção espiritual e não quis o governo de Cristo sobre si, conforme João 1:11:

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

Contudo, muitas pessoas em Israel, individualmente, viram em Jesus, o Rei, o Filho de Davi prometido:

E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? (Mateus 12:23).

Observe um relato bíblico muito interessante:

Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim. Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja. Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho. (Marcos 10:47-52)

O reconhecimento por parte de Bartimeu e sua declaração chamaram tanto a atenção de Jesus que Ele mandou chamá-lo. Bartimeu recebeu primeiro a cura espiritual, depois a cura física e tornou-se um regenerado. Esse episódio é um exemplo do que teria acontecido com Israel, caso tivesse reconhecido Jesus como Filho de Davi. O grande problema do povo de Israel é que ele almejava uma mudança externa, ao passo que antes de promover qualquer mudança externa, Jesus queria promover uma conversão nos corações.

Muitos cristãos atualmente têm incorrido nesse mesmo erro e estão distantes da presença do Rei Eterno. Cuidado, não seja mais um nessa lista.

JESUS

Muitos Cristãos sequer sabem qual é o significado do nome Jesus. Vivem anos dentro das igrejas institucionais, sendo religiosamente fiéis, sem nunca compreender, de fato, o que é a salvação e a pessoa do Salvador.

Jesus é o nome mais poderoso a ser pronunciado: para o Cristão ele é um grito por salvação, e, para o inferno, é um sinal de derrota e fracasso. O nome Jesus é de origem grega e deriva do nome hebraico para Josué, que significa "salvador". Salvar tem sido, e será eternamente, o principal ministério de Jesus. Não fosse esse propósito, as demais obras de Jesus, como homem, não teriam nenhum valor ou significado:

E chamarás o seu nome Jesus; porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados. (Mateus 1:21)

Não havia necessidade alguma de que alguém explicasse a Israel sobre a salvação que o Salvador daria. Eles já tinham aprendido isso com sua própria história. Os judeus entenderam muito bem a mensagem do Evangelho: assim como Deus enviou Moisés para libertar Seu povo, Ele tinha enviado Jesus para resgatar Seu povo dos pecados deles. Eles entenderam essa mensagem, mas se recusaram a crer nela pois queriam liberdade política e religiosa, queriam uma reforma e não transformação. Cegos, enfermos e contaminados, queriam o Reino de Deus do jeito deles e não do jeito de Deus.

Na atualidade muitos cristãos estão agindo dessa forma, querendo salvação dos problemas, libertação das crises externas que os assolam, dos problemas profissionais, financeiros, familiares e de saúde, mas internamente, mantêm-se distantes do Salvador Jesus. Contudo, lembre-se:

Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. (Romanos 13:14).

CONCLUSÃO

Ter Jesus em sua vida, é o que há de melhor para qualquer pessoa:

E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. (1 João 1:3)

Nada satisfaz tanto a alma do ser humano quanto Cristo. O objetivo de Deus ao nos salvar em Cristo é ter comunhão conosco. Deus não precisa de nada que façamos ou que doemos a Ele. Deus é completo em Si e não depende de nada e de ninguém.

Misteriosamente, Deus gosta de ter comunhão conosco e tem muito prazer nisso. Deu o Seu melhor por isso e “ansiosamente” espera por você todos os dias. Falando nisso, você já entrou na presença de Deus hoje? Está esperando o quê? Não existe melhor lugar. Corra depressa para os braços do Pai.